A cultura do “sempre disponível”: até quando vamos normalizar o WhatsApp corporativo fora do expediente?
É sexta-feira, 22h. O grupo do WhatsApp da empresa acende:
↬ “Preciso disso agora.”
Quem nunca passou por isso?
Se antes a preocupação era levar trabalho para casa em uma pasta de documentos, hoje o desafio é outro: o WhatsApp nunca desliga. E com ele, a pressão por estar sempre disponível.
Segundo pesquisa da Fundação Dom Cabral (2024), 74% dos profissionais brasileiros afirmam responder mensagens de trabalho fora do expediente regularmente. Para muitos, não responder imediatamente pode ser interpretado como falta de engajamento.
Essa cultura do “sempre disponível” está criando uma geração de profissionais hiperconectados, mas esgotados.
Os riscos dessa prática
• Aumento do risco de burnout por falta de desconexão real.
• Dificuldade em separar vida pessoal de profissional.
• Queda de produtividade: estar disponível não significa estar produzindo.
• Impacto na saúde mental e nos relacionamentos fora do trabalho.
Por que isso acontece
• Líderes que confundem agilidade com urgência.
• Falta de políticas claras sobre comunicação fora do expediente.
• Normalização da ideia de que “estar online é estar comprometido”.
O que empresas visionárias estão fazendo
• Estabelecendo horários claros para comunicação corporativa.
• Criando canais alternativos que não dependem de aplicativos pessoais.
• Educando líderes sobre a importância de respeitar fronteiras.
• Instituindo a prática de “direito à desconexão”.
Dicas práticas para empresas e profissionais
• Use mensagens programadas para evitar interrupções fora do horário.
• Defina acordos de equipe sobre quando é aceitável acionar alguém.
• Priorize conversas importantes em reuniões, não em mensagens rápidas.
• Reforce a ideia de que descanso é parte da produtividade.
Se tudo é urgente, nada é estratégico. E enquanto não mudarmos essa mentalidade, continuaremos confundindo disponibilidade com desempenho.
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