O trabalho na era da IA: como a inteligência artificial ameaça postos de trabalho no Brasil

O trabalho na era da IA: como a inteligência artificial ameaça postos de trabalho no Brasil

O trabalho na era da IA: como a inteligência artificial ameaça postos de trabalho no Brasil

Com a popularização de ferramentas de IA, cresce a discussão sobre como essas tecnologias podem substituir atividades humanas e quais profissionais correm maior risco de perder espaço no mercado.

Especialistas apontam que a inteligência artificial tende a substituir funções repetitivas e analíticas, especialmente em áreas administrativas e operacionais. Entretanto, o avanço da IA também abre novas oportunidades em setores que exigem criatividade, empatia e pensamento crítico, características que ainda são essencialmente humanas.


Profissões mais vulneráveis à substituição

De acordo com o relatório da Organização Internacional do Trabalho (OIT), publicado em 2024, cerca de 60% dos empregos atuais possuem ao menos 30% de tarefas automatizáveis.
Funções como assistentes administrativos, analistas de dados, operadores de telemarketing e caixas de supermercado estão entre as mais vulneráveis.

O estudo mostra que o impacto não é homogêneo: mulheres e jovens tendem a ser mais afetados, pois ocupam grande parte dos cargos administrativos e de atendimento — segmentos com alto potencial de automação.


O paradoxo da produtividade

Para o pesquisador André Furtado, da Unicamp, o crescimento do uso de IA não significa apenas demissões.
“A inteligência artificial pode aumentar a produtividade e criar novos postos de trabalho em áreas que exigem interação humana e supervisão tecnológica”, afirma.

Segundo Furtado, o desafio está na velocidade de adaptação: “A transição entre perder e criar empregos será rápida e desigual. Empresas e governos precisam investir na requalificação da força de trabalho, sob risco de ampliar a desigualdade social.”


O lado mais fraco da cadeia

Dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) apontam que um quarto dos trabalhadores brasileiros possui baixa qualificação formal, o que dificulta o processo de adaptação às novas tecnologias.
Entre os mais vulneráveis estão jovens de até 25 anos e pessoas com ensino médio incompleto.

“Esses grupos serão os primeiros a sentir os efeitos da automação”, explica o economista João Corrêa, autor do estudo. “Funções que dependem de rotinas previsíveis serão rapidamente absorvidas por sistemas automatizados.”


A importância das soft skills

Pesquisadores e especialistas apontam que, à medida que a IA substitui tarefas técnicas, habilidades humanas — como empatia, comunicação, liderança e adaptabilidade — passam a ter mais valor no mercado.

Segundo George Dornelas, professor da Universidade Federal de Pernambuco, “a empatia e a conexão humana não são substituíveis por algoritmos”.
Para ele, a transformação digital exige profissionais que saibam equilibrar emoção e razão, atuando como mediadores entre pessoas e tecnologia.


Brasil: desigualdade e requalificação

O professor Dornelas lembra que, no Brasil, o impacto da automação tende a ser agravado pela desigualdade de acesso à educação e à tecnologia.
“As empresas que investirem em capacitação terão vantagem competitiva. Mas quem ficar de fora do processo pode enfrentar desemprego estrutural”, alerta.

O economista Furtado reforça que o país precisa criar políticas públicas de requalificação: “A IA é uma ferramenta poderosa, mas sem planejamento social pode ampliar o abismo entre qualificados e excluídos digitais.”


Novas oportunidades no horizonte

Apesar das ameaças, o avanço da IA também cria novos campos de atuação, como ética digital, segurança de dados, integração homem-máquina e design de experiência.
Profissionais que aprendem a trabalhar em conjunto com a IA, interpretando resultados e humanizando processos, devem ser cada vez mais valorizados.

“Estamos entrando em uma era em que a colaboração entre humano e máquina é inevitável”, afirma Dornelas.
“O desafio não é competir com a IA, e sim aprender a complementá-la com inteligência emocional e visão crítica.”


Quem corre mais risco e quem tem mais chances

Em resumo, funções de natureza técnica, repetitiva e preditiva estão sob maior ameaça, enquanto profissões que exigem relacionamento, criatividade e empatia têm mais chances de se fortalecer.

A IA já está reconfigurando o trabalho, mas o fator humano continua sendo o eixo de equilíbrio.
Como conclui o relatório da OIT, “as máquinas podem substituir tarefas, mas não substituem o significado que o ser humano dá ao próprio trabalho”.


💬 Reflexão final
A inteligência artificial redefine funções, mas não redefine valores.
Em meio à automação, o diferencial será , mais do que nunca, a capacidade de pensar, sentir e conectar.
O futuro do trabalho pode ser digital, mas continuará sendo profundamente humano.

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